Estudo descobre que envelhecer não é tão ruim assim para o cérebro – 7 maneiras de manter sua mente

O que são as funções cognitivas?

Primeiro, uma rápida lição sobre o cérebro. A Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association – APA) define o processo cognitivo como “qualquer função mental envolvida em aquisição, armazenamento, interpretação, manipulação, transformação e uso de conhecimento.” Basicamente, funções cognitivas são a maneira como pensamos e usamos nosso cérebro. Isto envolve processos como atenção, percepção, aprendizado e funções executivas.

Infelizmente, a maioria das nossas habilidades cognitivas não envelhecem como um vinho fino. De acordo com a Universidade da California São Francisco, Instituto de Neurociências Weill, nossa capacidade de raciocínio alcança seu ponto mais alto por volta dos 30 anos e então ela começa a entrar em declínio. Mas, não tema: declínio cognitivo é esperado e considerado um processo normal do envelhecimento, incluindo perda de memória de curto prazo, raciocínio mais lento e incapacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. A razão para o declínio é estrutural. “Nossos cérebros diminuem de tamanho ou atrofiam lentamente com o tempo, principalmente na substância branca, onde as conexões entre áreas diferentes do cérebro estão localizadas,” explica o neurologista Ethan Russo, MD. Quanto mais conexões perdidas, mais temos perda cognitiva.

O que acontece com a cognição conforme envelhecemos.

Não são apenas notícias ruins para nossos cérebros em envelhecimento. Um estudo recente publicado pela Nature Human Behaviour pesquisou três funções cognitivas – percepção, funções executiva e atenção – e revela algumas boas notícias. Percepção se refere a prontidão para receber algum tipo de estímulo. Funções executivas é a maneira como você desloca informações por diferentes áreas do cérebro. E atenção, como o nome sugere, é a habilidade de prestar atenção e focar em algo importante.

Um dos autores do estudo, João Veríssimo, PhD, professor assistende da Universidade de Lisboa, Portugal, nos dá um exemplo de como essas funções atuam na vida real. Ele explica que quanto você está dirigindo seu carro, “percepção é sua preparação quando você aproxima um cruzamento; função executiva ocorre quando você muda sua atenção para um movimento inesperado, como um pedestre; e a atenção é o que lhe permite ignorar pássaros e outdoors para continuar a se focar na estrada.”

O estudo observou 702 participantes entre as idades de 58-98 e descobriu que enquanto a percepção deteriora com a idade, funções executivas e atenção na verdade melhoram até o meio-final dos 70 anos. É um sinal do tempo estando a favor do cérebro. “certas informações se tornam resistente a degradação por causa da interconexão pelo decorrer do tempo, muitas vezes referida como inteligência ‘cristalizada’,” diz Rhonna Shatz, MD, especialista em neurologia e neurologia comportamental, Diretor da Clínica de Transtornos Cognitivos e parte da equipe de pesquisa e educação sobre doença de Alzheimer na UC Health. “É possível que atenção melhore com a idade por causa da alta interconexão com regiões frequentemente ativadas nas habilidades de atenção e funções executiva.”

De maneira simples, o Dr. Russo diz que a cognição é geralmente um caso de “use ou perca.” Ele diz que tudo se trata de manter sua mente ativa para as conexões no seu cérebro se manterem fortes. E você também deve criar novas conexões. “Exposição a uma ampla variedade de novos e diferentes assuntos, experiencias e atividades são necessárias para a construção de uma reserva cognitiva,” diz Dr. Shatz. De acordo com Harvard Health, quão maior sua reserva cognitiva, melhor você evita consequências negativas do envelhecimento do cérebro.

Como manter seu cérebro saudável.

Manter seu cérebro jovem não é apenas aprender e fazer coisas novas. Seu modo de vida também impacta como seu cérebro envelhece. De acordo com a Clínica Mayo, temos sete maneiras de manter o cérebro saudável durante o envelhecimento.

1. Esteja sempre aprendendo. Não importa o quão culto ou trabalhador você já seja, continue testando o seu cérebro e aprendendo coisas novas.

2. Seja social. Atividades sociais desafiam você a se comunicar e engajar com outras pessoas, o que estimula seu cérebro e previne o declínio cognitivo.

3. Faça exercício. É discutido se exercício físico melhora a cognição diretamente ou se essa melhore se dá pelo fato de promover bem-estar e diminuir o estresse. De qualquer forma, é fato que exercício ajuda o cérebro.

4. Diminua o estresse. Lembra como Dr. Russo disse que o declínio cognitivo vem da atrofia cerebral? Estresse crônico pode acelerar o processo de diminuição da massa branca.

5. Durma. Um sono de qualidade é essencial para a saúde do cérebro em qualquer momento de nossa vida.

6. Mantenha seu coração saudável. Risco de doenças cardiovasculares – pressão alta, colesterol alto, glicose alta no sangue e obesidade – são também fatores de risco para o declínio cognitivo.

7. Não beba muito. Consumo moderada de bebidas alcoólicas pode ajudar a proteger seu cérebro do declínio cognitivo, mas é um risco grande se não souber dosar direito a quantidade. Beber muito com frequência irá resultar na diminuição da sua performance cognitiva.